Chefchaouen – a Encantadora Cidade Azul do Marrocos

Olá, Viajantes! Consegui dar uma escapada da intensa rotina que estamos vivendo ultimamente para dar um alô para vocês. E aproveitei para escrever mais um post, dessa vez sobre um destino bastante especial: Chefchaouen, a cidade azul marroquina.

Azul é minha cor favorita. Por isso, quando eu soube da existência dessa cidade, tive que visitá-la durante nossa estadia no Marrocos. E a visita valeu a pena! Por isso, aqui vou contar um pouco sobre o que faz desse lugar tão especial!

Sobre Chefchaouen

Chefchaouen era originalmente conhecida como Chaouen, um termo berbere que significa “picos”. O nome faz jus à cidade, que se localiza em uma região montanhosa entre as cidades Tetouan e Fez.

Chefchaouen foi fundada em 1471 por Ali Ben Rachid como uma base para as tribos berberes lançarem ataques contra os portugueses que então ocupavam Ceuta e planejavam atacar cidades marroquinas.

A cidade se expandiu em 1494 com a chegada de refugiados muçulmanos e judeus provenientes de Granada. Os novos habitantes construíram casas brancas, com pequenas sacadas e varandas, dando à cidade um aspecto tipicamente andaluz.

Chefchaouen permaneceu isolada e cristãos eram proibidos de entrar nela sob pena de morte. Isso só mudou com a ocupação espanhola em 1920 durante a Guerra do Rife. Pouco depois, a região recebeu um grande fluxo de judeus que fugiam da 2a Guerra Mundial. Supostamente, foram eles que começaram a prática que hoje faz desse lugar tão diferente.

O azul

A tonalidade azul que hoje prevalece por toda a cidade foi introduzida apenas por volta de 1930. Há várias teorias sobre a razão de Chefchaouen ter se transformado em uma cidade azul. Uma delas conta que os judeus que habitavam o local começaram a pintar suas casas e comércios de acordo com a prática religiosa de pintar itens de azul para lembrar as pessoas do céu e do poder de Deus.

Há, contudo, quem acredite que o azul que enfeita a cidade foi adicionado às paredes para espantar mosquitos. De acordo com essa teoria, como os mosquitos não gostam de ficar na água (embora gostem de ficar próximos à ela), o azul foi escolhido para afastar os insetos que prevaleciam na cidade.

Outra teoria conta que a pintura azul clara visa representar a cor do mar mediterrâneo ou mesmo a cachoeira Ras el-Maa, da onde os locais adquirem água potável. Mas há também aqueles que dizem que a pintura azul permanece nos dias atuais simplesmente para atrair turistas. Afinal, uma cidade toda azul é uma raridade e de fato essa particularidade de Chefchaouen lhe atribui um charme único.

Principais atrações

Em geral, nós sempre buscamos fazer tours guiados nos locais que visitamos para aprender um pouco mais sobre a história e cultura locais. Infelizmente, não fizemos isso em Chefchaouen e me arrependo um pouco. Portanto, recomendo que você comece sua visita com um tour para aprender sobre a cidade e para conseguir dicas de outras atividades para se fazer por ali.

No centro da medina, há o museu Kasbah, um centro etnográfico rodeado por um jardim andaluz. No museu, é possível ver artefatos que contam a história da região, além de uma galeria de arte.

Além disso, como a cidade está situada nas montanhas Rife, é também um lugar perfeito para os amantes da natureza. Atividades como trilhas e acampamentos podem ser praticadas por turistas que querem explorar as redondezas de Chefchaouen. A bela cachoeira d’Akchour fica a cerca de 30 min. de carro do centro da cidade e dizem que a visita vale a pena!

Além da cachoeira, é possível também fazer trilhas pelas montanhas Rife. As trilhas podem levar um dia ou vários e podem incluir acampamentos sob o céu estrelado ou hospedagens mais luxuosas, se esse for o seu estilo de preferência.

Além do azul

Além da peculiar medina azulada, Chefchaouen é um rico centro de cultura que combina tradições dos povos tribais berberes, muçulmanos, judeus e mouros. Lá, é possível encontrar artesanatos típicos feitos pelos povos tribais, como tapeçarias coloridas que contam a história da região.

Chefchaouen também é atrativa para quem gosta de comer. Como em outras partes do Marrocos, a disponibilidade de diversas especiarias faz da culinária local uma experiência à parte. Além da comida, experimente também o tradicional chá de menta marroquino, parte da rotina diária dos moradores locais.

Chefchaouen também oferece oportunidades para quem gosta de fazer compras. Não achamos o Marrocos tão barato como esperávamos. Isso, por que na época em que fomos lá estávamos comparando os produtos com os preços que víamos em Londres, onde morávamos então.

Ainda assim, há produtos típicos incríveis que certamente despertam a atenção daqueles que apreciam artesanatos de qualidade. Alguns dos itens que são facilmente encontrados na medina de Chefchaouen (e em outras partes do Marrocos) são pratarias, tapetes, joias e bijuterias, cerâmicas e artigos em couro. A arte marroquina é realmente muito especial, com suas cores e padrões típicos, portanto vale dar uma olhada nos produtos oferecidos em Chefchaouen.

Mas para comprar qualquer coisa no Marrocos é preciso saber pechinchar. Lembre-se que os árabes são comerciantes natos! Como já comentei no meu post sobre o que saber antes de ir ao Marrocos, é comum os comércios do país não colocarem preço nos produtos. E se você perguntar o preço ou pedir qualquer informação sobre algum item, mesmo que por curiosidade, saiba que provavelmente o vendedor te vencerá pelo cansaço e você provavelmente acabará comprando o produto!

Em Chefchaouen o comércio era um pouco diferente do que em outros lugares que visitamos, como Fez. Achamos os comerciantes lá menos agressivos e mais tranquilos, mas mesmo assim, para comprar algo lá é preciso negociar. A recomendação do Lonely Planet, por exemplo, é perguntar o preço, oferecer metade e ir negociando um valor um pouco maior aos poucos. Assim, é mais fácil chegar num preço com o qual ambas as partes estejam de acordo. Portanto, fazer compras no Marrocos é certamente uma experiência diferente!

Visitamos Chefchaouen após termos passado uns dias em Fez e Tânger e achamos a cidade bastante diferente, não só por sua cor predominante. A atmosfera local é muito mais tranquila e apesar de termos passado apenas um dia ali, gostamos muito da experiência. Então espero que com este post você se anime a visitar este e outros lugares fora da curva. E lembre-se de compartilhar suas experiências conosco!

Até a próxima!