Oi pessoal!

Estamos voltando aos pouquinhos, matando a saudade de conversar com vocês. Como mencionamos no nosso post mais recente sobre o Sítio Pinheiros no DF,  com a pandemia tivemos que nos dividir entre trabalhar em período integral e cuidar do nosso bebê, também em período integral. A ideia da viagem de carro com bebê veio porque ficamos um ano longe da nossa família. E a saudade acabou transbordando. Por isso, após muita reflexão, decidimos ir de carro de Brasília até Ribeirão Preto, para encontrar parte da nossa família mais próxima.

Foi nossa primeira viagem de carro com o bebê, que estava então com 16 meses. E tínhamos muito receio de como ele iria reagir, pois era uma viagem relativamente longa, de cerca de 8h de duração. Conversamos com a pediatra dele, fizemos algumas pesquisas, e a experiência foi boa, embora cansativa. Por isso decidi arrumar um tempo – comodidade escassa para todos hoje em dia! – para compartilhar algumas dicas com vocês. Espero que as dicas sejam úteis, ainda mais considerando que viajar de carro tem sido uma opção mais segura para algumas famílias.

1) Itinerário

A chave, para qualquer atividade com um bebê ou criança pequena, é planejamento. E eu me considerado uma boa planejadora. É algo que gosto de fazer. Quando decidimos ir à Ribeirão, optamos pelo carro por ser uma viagem viável do ponto de vista de horas na estrada. E por que achamos que poderíamos controlar mais a nossa exposição numa situação de pandemia – ainda mais porque nosso bebê não pode se proteger com máscara ainda.

Pois bem, a primeira coisa que fiz foi colocar o trajeto no google maps para ver qual o melhor percurso. A partir daí, fui vendo as cidades no meio do caminho, para calcular onde seria melhor fazer nossas paradas.

As recomendações que li sugeriam fazer paradas a cada 2h, para que o bebê possa andar (ou engatinhar) um pouco, mamar, trocar fralda. Assim, calculei nossas paradas para cada 2h ou 2h30min, porém para não engessar muito, escolhi algumas opções de lugares por parada. Assim, poderíamos sentir como o bebê estava e se víssemos que ele precisava de uma parada um pouco antes ou que ele aguentava um pouco mais na estrada, podíamos flexibilizar.

Para as paradas, busquei escolher locais próximos à rodovia, porém que fossem mais arborizados e que parecessem mais limpos e “simpáticos” (vamos combinar que posto de gasolina é, muitas vezes, uma tristeza, né!). Achei alguns lugares bem interessantes no meio do caminho, inclusive com riachos e natureza.

Combinamos que seríamos mais rígidos com nosso tempo de parada, para que a viagem não se alongasse demais. Então limitamos as paradas a 30min ou no máximo 40min, apenas para o bebê tivesse uma mudança de cenário e relaxasse um pouco. E sentimos que as paradas ajudaram muito para uma viagem mais leve.

2) Comida

Eu e o bebê somos vegetarianos e não é em todo lugar que encontramos comida que possamos comer. Além disso, em meio a uma pandemia, não é todo lugar que é obedece as atuais normas de segurança sanitária. Por isso, decidimos levar tudo o que pretendíamos comer na viagem.

O critério para definirmos nosso “cardápio” de viagem foi: comidas fáceis de preparar, que se mantivessem bem numa caixa térmica, que não precisassem esquentar e que não apresentassem risco de engasgo para o bebê. Decidimos levar sanduíches leves, uma salada de quinoa com legumes grelhados, castanhas com frutas secas picadas, iogurte natural com cereais, bananas, amoras e pão de queijo (que fizemos no dia anterior, então foi amanhecido mesmo). Levamos também um galão de 5L d’água para que pudéssemos encher nossas garrafas pessoais.

Os lanches nos atenderam bem durante a viagem. Eu tenho o privilégio de ainda amamentar meu filho em livre demanda, então além da comida, em cada parada eu oferecia o peito para ele.

3) Medidas de segurança

Além das medidas de segurança com o carro em si (checar os pneus, óleo, água etc), acho que é notório que não se pode andar com bebês e crianças no carro sem a cadeirinha de automóvel, né? Isso é exigido por lei no Brasil e em muitos países do exterior. Então já tínhamos uma cadeirinha que compramos ainda na gestação e que ainda nos atende super bem.

Além da cadeirinha, também levamos um kit primeiros socorros, contendo band-aid, gaze, faixa, antisséptico e esparadrapo. Também deixamos à mão alguns medicamentos, como um para enjoo, pois não sabíamos se o bebê teria algum problema nesse sentido. Deixamos também por perto saquinhos para enjoo, como nos aviões, e uns lenços umedecidos para limpeza. E levamos bastante álcool gel, para higienizarmos o que fosse necessário durante nossas paradas. viajando de carro com bebê

Uma coisa que recomendo muito é treinar como trocar pneu e checar a facilidade de acionar o seguro do carro. Isso, porque tivemos um pneu estourado no meio da estrada, em um trecho com acostamento estreito onde não era possível trocar o pneu de forma segura. Nos sentimos bem vulneráveis, pois tivemos certa dificuldade para acionarmos o seguro. E mesmo quando conseguimos ser atendidos, fomos informados que teríamos que esperar cerca de 1h para sermos socorridos. Por sorte, o guincho da própria BR passou por nós e parou para nos socorrer. Com ajuda dele, pudemos trocar o pneu e seguir para a cidade mais próxima, onde tivemos que buscar um novo pneu, já que o estepe não era seguro para seguirmos viagem. Era um sábado no início da tarde e a maioria das lojas e borracharias já estavam fechadas. Por sorte encontramos um local que tinha um pneu usado em boas condições, que adquirimos para seguir viagem.

4) Entretenimento

Qualquer pessoa que viaje com crianças sabe que o entretenimento é absolutamente fundamental para uma viagem bem sucedida. Por isso, nos munimos de várias opções de brinquedos e brincadeiras para passar o tempo com o bebê. viajar de carro com bebê

Para isso, investimos em uma mesa de atividades acoplável à cadeirinha dele. Escolhemos, com ele, alguns dos seus livros favoritos para levarmos na viagem, e também levamos algumas folhas brancas e giz de cera para ele colorir. Trouxemos, também, alguns bonecos e brinquedos musicais dos quais ele gosta e umas pequenas embalagens plásticas e garrafinhas que ele, por alguma razão, adora carregar consigo. Baixamos as suas músicas favoritas e, como último recurso, baixamos também alguns desenhos animados, caso nada mais funcionasse. viajar de carro com criança

Eu fui no banco de trás, com ele, para brincarmos juntos. E brincamos bastante, mas ele também dormiu durante vários trechos, o que ajudou a fazer com que a viagem passasse mais rápido para ele. viagem de carro com bebê

E é importante reforçar aqui uma dica de ouro: escute seu filho e respeite os limites dele! Se for necessário fazer mais paradas, acolhê-lo mais vezes e flexibilizar o itinerário pelo bem-estar dele, faça isso! Ter filhos significa enfrentar mudanças e adultos têm uma capacidade muito mais desenvolvida de lidar com isso do que bebês e crianças. Além disso, nós é que escolhemos trazer um ser ao mundo, então temos que ser flexíveis, pacientes e amorosos para acomodar as necessidades desse ser. Inclusive durante uma viagem!

5) Malas

Como viajamos durante a pandemia e nosso intuito era visitar nossa família, porém ser nos expormos, não precisamos nos preocupar muito com roupas. Aliás, aqui tem um post com dicas sobre como arrumar as malas. Mas, voltando à nossa viagem, o Douglas e eu levamos apenas roupas para ficarmos em casa, além das roupas para os dias da viagem em si. Foi tão tranquilo que as nossas malas eu consegui deixar prontas uma semana antes da viagem: uma coisa a menos para nos preocuparmos. viagem de carro com bebê

Com o bebê, é um pouco mais complexo porque temos que contabilizar roupas que possam se sujar, pijamas que talvez precisem ser trocados com frequência, fraldas, etc. Como expliquei neste primeiro post sobre viajar com bebês, alguns dias antes da viagem comecei a anotar tudo o que é essencial para os cuidados com ele. A partir dessa lista, fica mais fácil organizar a mala dele, que eu acabo precisando deixar mais para a última hora, porque nela vão itens que ele utiliza diariamente e com frequência.

Além da mala em si, preparei uma bolsa pequena para deixar à mão coisas das quais poderíamos precisar, como muda de roupa, fraldas ou manta. viagem de carro com bebê

6) A saída

Como queríamos evitar trânsito durante a viagem, e para aproveitar um tempo de sono do bebê, decidimos sair bem cedo, às 5h. Por isso, achamos melhor colocar tudo no carro no dia anterior. As malas, a sacola de brinquedos, nossos eletrônicos, o kit primeiros socorros e a muda de roupa para nosso filho. Só deixamos, obviamente, a comida, porque ela precisava estar refrigerada, mas mesmo assim já deixamos a caixa térmica ajeitada para não perdermos tempo.

Além disso, foi bem importante termos saído cedo, porque com o pneu furado, quase não encontramos um lugar aberto para comprarrmos um pneu substituto. E provavelmente teríamos chegado muito mais tarde em Ribeirão Preto, se tivéssemos saído mais tarde de Brasília.

No dia da viagem, com tudo organizado, foi só a gente acordar, se vestir, e tomar café rápido (aliás, levamos café passado numa garrafa térmica, para irmos tomando ao longo da viagem, se necessário).

Como vocês podem ver, viajar sempre dá um pouco de trabalho, com ou sem bebês e crianças. Por isso, o planejamento é chave, principalmente em um contexto de pandemia, onde tudo deve ser calculado para minimizar a exposição à doença. Por isso as paradas calculadas, o cardápio de viagem e os cuidados com higienização foram bastante importantes.

Espero que essas dicas os ajudem a programar suas próximas viagens com seus filhos! viagem de carro com bebê

Até a próxima!